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segunda-feira, 2 de abril de 2018

Um raio-x dos custos no negócio coprocessamento de resíduos

Publicado em 30/04/2017 em https://www.linkedin.com/pulse/um-raio-x-dos-custos-neg%C3%B3cio-coprocessamento-de-le%C3%A3o-do-nascimento/
A atividade de coprocessamento de resíduos está cada vez mais se consolidando como um diferencial competitivo na indústria do cimento, desta forma precisa ser tratada como um negócio, e como tal exige gastos que precisam ser remunerados através de receitas, buscando ultrapassar o ponto de equilíbrio encontrado nesta relação.
Ultrapassar este ponto de equilíbrio é estratégico para permitir a perpetuidade e a sustentabilidade do negócio, visto que significa a possibilidade de perenidade do empreendimento, garantindo as condições necessárias para honrar com os compromissos assumidos visando a execução dos processos envolvidos.
Abaixo é possível ter uma ideia destes gastos, além de compreender a importância do controle e o impacto de cada um deles:

1° - Aumento do consumo térmico no forno de clínquer
Ao sabermos que 90% dos custos energéticos de uma fábrica de cimento estão ligados à energia térmica necessária para produção do clínquer (principal componente na fabricação do cimento) parece inconcebível aceitar que sobre este número aja qualquer impacto que o aumente. Porém, os resíduos trazem para o processo:
  • Heterogeneidade – característica inerente aos resíduos que dificulta a queima, ocasiona variação na combustão e no fluxo de dosagem;
  • Umidade – impacta no aumento da temperatura de combustão dos gases no interior do forno;
  • Cinzas – reduz o percentual de material combustível, dificultando a recuperação energética da parcela orgânica;
  • Maior circulação de voláteis – ocasionados pela combustão pobre dos resíduos, impacta na estabilidade operacional (produção) do forno.
Todos os impactos acima precisam ser minimizados, principalmente, através de uma gestão criteriosa no que tange aos indicadores operacionais, como por exemplo a estabilização dos níveis de CO e O2. Caso contrário resultará na necessidade de maior dosagem de combustível principal no forno.

2° - Controles operacionais
O acompanhamento da composição química dos resíduos através de análises químicas laboratoriais é fundamental para obter a estabilidade operacional do forno e garantir a qualidade do clínquer. Afinal, uma das premissas do coprocessamento é não interferir na qualidade do produto final, o cimento.
Assim sendo, o controle de parâmetros como poder calorífico, umidade, cinzas, cloro, enxofre, e outros, permite construir ações e medidas que minimizam seus impactos no processo, pois se em níveis diferentes dos estabelecidos podem provocar a redução da vida útil dos refratários do forno, aumento das colagens e obstrução dos ciclones.

3° - Monitoramento de emissões e licenciamento ambiental
Monitorar as emissões faz parte dos requisitos legais estabelecidos pela legislação ambiental aplicável à atividade de coprocessamento, é através do monitoramento que a fábrica de cimento demonstra para os organismos reguladores e fiscalizadores o cumprimento de suas condicionantes legais.
As Resoluções CONAMA 264/1999 e 316/2002 estabelecem procedimentos para licenciamento e operacionais que obrigam a demonstração do cumprimento dos requisitos legais, sendo necessário para isto a instalação de analisadores contínuos com resultado em tempo real dos níveis de emissão de óxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio, monóxido de carbono, oxigênio, material particulado e hidrocarbonetos totais. Além de campanhas periódicas de amostragens para análise dos parâmetros acima mencionados, dioxinas e furanos, metais, ácido clorídrico, ácido fluorídrico, cianetos e dióxido de carbono.

4° - Armazenamento de resíduos
O armazenamento temporário de resíduos realizado dentro da fábrica antes da alimentação dos mesmos no forno, obedece no mínimo aos padrões da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e Resoluções CONAMA, como por exemplo impermeabilização do piso, proteção contra intempéries, isolamento, sinalização, iluminação, plano de emergência, sistema de prevenção e combate a incêndio, monitoramento das águas subterrâneas e superficiais. Obrigando a construção de galpões para armazenamento temporário de resíduos.

5° - Sistemas de dosagem
A eficiência do sistema de dosagem de resíduos é um dos principais aspectos para o bom resultado operacional da atividade de coprocessamento, pois é ele quem controla o fluxo de alimentação, buscando que este seja o mais contínuo e homogêneo possível. A definição dos equipamentos e tecnologias envolvidas nesta etapa do processo está diretamente ligada aos tipos de resíduos que se busca coprocessar, bem como às suas características físico-químicas. O que poderá exigir a instalação de sistemas de alimentação independentes, como por exemplo para resíduos sólidos, variando de acordo com a granulometria, e resíduos líquidos e pastosos.
Os resíduos podem ser alimentados em diferentes pontos do processo, o que definirá este ponto são suas características de similaridade com a matéria prima ou com o combustível principal, sendo alimentados como tal.

6° - Corpo técnico
Visando a gestão e operação da atividade de coprocessamento, torna-se necessária a contração de profissionais específicos para esta finalidade, como também o compartilhamento de profissionais de outras áreas que desempenhem atividades correlatas com a destruição térmica dos resíduos (Engenheiros, Laboratoristas, Operadores, etc). Incidindo como em quaisquer outras atividades em custos com capacitação, salários, benefícios, encargos sociais, etc.

Desta forma, é possível compreender um pouco das variáveis de custos envolvidas neste negócio, a importância de uma eficiente composição e formação de preços e que o seu resultado como diferencial competitivo estará diretamente ligado à eficácia do modelo de gestão sobre ele aplicado.

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