Com a instituição da Política
Nacional de Resíduos Sólidos, através da Lei 12.305/10, o aproveitamento
energético de resíduos foi incluído como prioridade nas aquisições e
contratações governamentais.
Além disto, a PNRS define que
a disposição em aterro sanitário deve ser adotada para rejeitos, ou seja,
resíduos sólidos que depois de esgotadas todas as possibilidades de tratamento
e recuperação por processos tecnológicos disponíveis e economicamente viáveis,
não apresentem outra possibilidade.
O reaproveitamento dos
resíduos contribui para a redução dos impactos ambientais, do uso dos recursos
naturais e também de custos. Há tempos várias empresas já adotaram esta
política com a finalidade de maximizar a eficiência operacional dos processos,
buscando otimizar os recursos disponíveis e melhorar os resultados.
Tanto a incineração quanto o
coprocessamento são processos térmicos de tratamento de resíduos, baseados na
exposição destes ao calor. Existindo ainda a pirólise e o plasma, que
abordaremos em outra oportunidade.
A incineração é baseada na degradação
térmica dos resíduos, o processo ocorre dentro de um equipamento chamado
incinerador que propicia uma temperatura entre 800°C e 1000°C, fornecendo tempo
de residência e turbulência necessários à degradação térmica dos resíduos. Esta
degradação proporciona a redução do volume, transformando-os em cinzas, que
ainda precisam ser dispostas em aterros controlados. É obrigatório um controle
e monitoramento da composição das cinzas, podendo ser necessário processos de
estabilização ou inertização para evitar a contaminação do meio ambiente.
São resíduos que podem ser incinerados:
Bifenilas policloradas (ascarel), organoclorados, organofosforados, reagentes
de laboratório, serviço de saúde (auto-clave), etc.
O coprocessamento está baseado no
aproveitamento dos resíduos no processo de fabricação do clínquer, principal
componente para a produção do cimento. O resíduo é utilizado como substitudo de
matéria-prima ou combustível. O processo ocorre no interior de um forno
rotativo que fornece uma região com temperatura entre 1400°C e 1500°C,
com tempo de residência, turbulência e atmosfera capazes de garantir uma Eficiência de
Destruição e Redução (EDR) de, no mínimo, 99,99% do Principal Composto Orgânico
Persistente. Quanto aos componentes inorgânicos, que estarão presentes nas cinzas, estes são incorporados
ao clínquer, eliminando-se completamente o resíduo e o risco de passivos
ambientais.
São exemplos de resíduos que podem ser
coprocessados: EPIs, borrachas, pneus, borras oleosas, tintas e solventes,
cinzas de fornos, solos contaminados, lodos de estações, embalagens, sacarias,
madeiras, celulose, etc.
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