Publicado em 19/04/2017 em https://www.linkedin.com/pulse/porque-optar-pelo-coprocessamento-de-res%C3%ADduos-le%C3%A3o-do-nascimento/
A destinação de resíduos por coprocessamento no Brasil está próxima de completar 30 anos, as fábricas de cimento começaram a adotar esta prática no início da década de 90.
Amparado por padrões legais ambientais que estabelecem controles e requisitos desde o início do processo de licenciamento até a manutenção de sua operacionalidade de fato. É importante saber que normalmente uma fábrica de cimento possui Licenças de Operação distintas tanto para a atividade de produção de clínquer/cimento, quanto para a atividade de coprocessamento, visto que são regulamentações, processos, controles e impactos diferentes entre si.
Alguns aspectos são importantes de ser conhecidos antes de escolher o coprocessamento como o tratamento a ser dado ao resíduo. Por exemplo:
1° Filtragem e Monitoramento dos Gases
Os fornos de clínquer são monitorados continuamente 24hs por dia, permitindo um acompanhamento e registro níveis de concentração dos materiais particulados e gases emitidos durante o processo de destruição térmica dos resíduos. Parâmetros como oxigênio, monóxido de carbono, óxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio e hidrocarbonetos totais são monitorados online. Quanto à emissão de particulados o processo é dotado de filtros que retêm as partículas sólidas e liberam o ar limpo.
Além dos ditos “online”, também são realizados monitoramentos periódicos por empresas especializadas contratadas para emissão de relatórios que serão submetidos à apreciação dos órgãos ambientais. Apresentando resultados para emissões de componentes como ácido fluorídrico, ácido clorídrico, monóxido de carbono, hidrocarbonetos totais, compostos orgânicos voláteis, metais, dioxinas e furanos, amônia, cloro, cianeto, óxidos de nitrogênio, óxidos de enxofre e material particulado.
2° Altas Temperaturas
A região de queima do forno está localizada sob uma temperatura de 1450°C, no maçarico a chama chega aos 2000°C, toda parte orgânica dos resíduos é termicamente destruída, transformando-se em vapor d’água e dióxido de carbono. Quanto à parte inorgânica (cinzas) esta é incorporada ao clínquer sem comprometer a qualidade do produto final.
De acordo com os padrões legais o processo precisa garantir uma Eficiência de Destruição e Remoção (EDR) mínima de 99,99% para os Principais Compostos Orgânicos Perigosos (PCOP).
3° Tempo de Residência, Atrito e Atmosfera Alcalina
Os resíduos permanecem no interior do forno por cerca de 30 a 40 minutos, suficientes para garantir a fundição das cinzas no clínquer. Os gases percorrem todo o processo em contra fluxo num tempo de 4 a 6 segundos, permitindo a destruição da parte orgânica.
Em se tratando de um forno rotativo, o movimento de rotação provoca a movimentação dos materiais em seu interior, permitindo que a força de atrito favoreça a absorção da parcela inorgânica pelo clínquer.
Portanto, por ser um processo que garante a destruição completa do resíduo sem a geração de passivos ambientais, vem agregar valor numa produção mais limpa para o gerador, reduzindo os riscos financeiros futuros em decorrência de acidentes ambientais. Permitindo a sua utilização como vantagem competitiva nas oportunidades de negócios, na obtenção de menores prêmios de seguros e em menores taxas de juros na captação de recursos.
Se posicionando como um dos principais atores na promoção das políticas de sustentabilidade e “aterro zero”.
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